domingo, 11 de maio de 2014

Os Problemas Psicológicos Infiltrados na Polícia

Como fica a cabeça do ser humano após matar uma pessoa?

Estamos falando de assassinos em série? Criminosos passionais? Não necessariamente. E se a profissão do indivíduo o colocar em situações que permeiam a vida e a morte? Pois bem, muitas vezes alheia a nossa realidade esta é a realidade dos profissionais da polícia.

Sair de casa sem saber se irá voltar. Em tese essa pode ser a realidade de qualquer pessoa, porém, para os policiais esta possibilidade de não retornar pra casa, é algo muito mais eminente.

E quando ao voltar pra casa ele carrega na consciência o peso de uma morte que não pode ser evitada? Ah, isso também ocorre com os médicos, mas a função destes é justamente lutar pelo contrário e a sua formação promove uma preparação psicológica envolvendo o fenômeno da morte. No caso do policial, a morte que não pode ser evitada muitas vezes foi causada por uma bala disparada pelo seu próprio revolver.

Infelizmente, a realidade brasileira é muito diferente, por exemplo, da realidade americana retratada no filme Os Infiltrados (The Departed, 2006, Martin Scorcese) onde os personagens de Matt Damon e Leonardo Di Caprio - um policial corrupto e um policial infiltrado - se consultam regularmente com a psicóloga vivida por Vera Farmiga, após viverem situações críticas no trabalho. Acontece que no Brasil, com morte no currículo ou não, com situação de confronto ou não, na maioria dos casos os profissionais da lei não recebem o acompanhamento psicológico adequado e isso implica no alto índice de afastamento por problemas psicológicos que vão de stress à depressão profunda, além de casos de esquizofrenia que podem levar a homicídios indevidos e em alguns casos até ao suicídio.

Pois bem, além da falta de acompanhamento psicológico, as condições de trabalhos muitas vezes precárias desses policiais acabam resultando em tais tragédias sem reversão. Sei que é fácil e muita vezes justo só julgar os casos de corrupção da polícia e todo um sistema que muitas vezes não funciona, porém, escrevi este texto para despertar uma reflexão para quando alguém se deparar com um mal comportamento de um policial, lembrar que não deve ser fácil viver em perigo eminente ou deitar na cama e lembrar de uma morte que você mesmo causou e que independente de usar farda ou não, andar armado ou não, o cérebro humano é tão complexo para os cidadãos comuns quanto para aqueles que carregam um distintivo.
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